quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

MANIFESTO AO ALVORECER

        e anunciar a primavera!

Devagar mulheres e homens anoitecem.
Nas ruas o imperativo
É tudo. Violência.
Exceção permanente. 
Sabemos.
Há desesperança aos montes
Aos morros e celas e casas.
Difunde-se o argumento único
E o discurso é o do silêncio.
Sabemos.
A miséria e o vendaval desta madrugada
São manchetes exultantes das capas de revista.
Muitos dos que caminhavam na contracorrente
Foram derrubados.
Também sabemos.
Entretanto, ainda que os versos não sejam livres,
Nem previsto o verdadeiro carnaval,
Não foi sempre assim
E não será sempre assim.
Disso tudo sabemos.
Pois ouçam.
Longe, ao fundo.
Os insultos dos insistentes.
Despertos.
De prontidão.
Serão maiores.
Bandeiras desfraldadas
Milhares
Milhares
Músicas
Voz
E uma marcha em execução
Romper o dia e anunciar a primavera!

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