sábado, 25 de junho de 2011

Precisamos de mais Jovelinas


É fascinante saber que ainda existam pessoas na Instituição Igreja que conseguem compreender a diversidade existente em nossa sociedade. Parabéns a Dona Jovelina que mostrou toda a sua sabedoria acumulada com os 68 anos de vida e meus pêsames a existência de jovens tão alienados pelo discurso de alguns lideres religiosos.

Marcha para Jesus vira ato contra união homoafetiva

Por Ricardo Galhardo, iG São Paulo
(…) Entre os milhares de pessoas que participaram da marcha, os temas polêmicos também foram os assuntos principais. A reportagem do iG abordou um grupo de oito jovens que veio de Cidade Adhemar para a marcha e perguntou quais as opiniões deles sobre direitos homossexuais, homofobia, aborto e legalização da maconha. Com visual moderno, estilo emo, todos disseram ser contra a união civil de pessoas do mesmo sexo, aborto e legalização das drogas e defenderam os pastores que consideram o homossexualismo uma prática pecaminosa.
“Quem defende o homossexualismo e a maconha está aqui a serviço de Satanás”, disse o auxiliar de informática Natanael da Silva Santos, de 19 anos, que foi à marcha usando calça apertada, cinto de taxinhas e a tradicional franja emo. Enquanto a reportagem entrevistava os jovens, a aposentada Jovelina das Cruzes, de 68 anos, ouviu a conversa e fez uma intervenção.“Vocês estão falando sobre o que não conhecem. Meu sobrinho é gay e é um rapaz maravilhoso. Ótimo filho, muito educado, muito honesto e estudioso. Já o meu filho é machão e vive batendo na esposa, não respeita ninguém, não para no emprego.”
Quando Jovelina virava as costas para continuar a marcha Natanael, que não se deu por vencido, fez uma observação. “Cuidado, tia. Se o pastor escuta a senhora falando uma coisa dessas ele não deixa mais a senhora entrar na igreja”. E Jovelina respondeu. “Igreja é o que não falta por aí. Se me impedirem de ir em uma, vou em outra. Não tem problema.”

domingo, 19 de junho de 2011

#MarchadaLiberdade Belém/PA

#MarchadaLiberdade Belém/PA

Em 2011, uma inédita articulação surge no Brasil entre os movimentos sociais, culturais, coletivos, redes, midialivristas, pontos de cultura, cineclubes, universidades, mulheres, gays, lésbicas, heterossexuais, transgêneros, idosos e crianças, jovens, periferia, negros… Minorias e maiorias em defesa da liberdade de expressão e no combate a todos os preconceitos.
Todos juntos para fazer valer a Constituição Brasileira que diz: “É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.”
A Marcha da Liberdade é um movimento transversal conectado pelas lutas locais, nacionais e globais em nome da liberdade de expressão. E que vem celebrar a nova forma de fazer política no Brasil, supra-partidária e juntando todas as diferenças.
A Marcha da Liberdade nasceu como reação a repressão brutal a Marcha da Maconha de São Paulo (em 21 de maio), mas decolou e virou o embrião de um novo movimento político e cultural: a marcha pela liberdade de expressão, a marcha dos diferenciados, dos insatisfeitos, dos indignados, dos que estão construindo futuros alternativos.
Sem um objetivo único, mas com várias reivindicações e questões, a marcha vai colando no fluxo do desejo de mudança que varre o Acampamento Global juntando movimentos os mais diversos.
A Marcha da Liberdade quer: Liberdade pra protestar! Liberdade pra morar! Liberdade pra circular! Liberdade para expressar os afetos! Liberdade de culto! Liberdade para o funk, o hip hop, o samba e o rap e todos os ritmos! Liberdade para agir e para pensar.
Quando um futuro intolerante se precipita e parece inevitável é preciso reagir, deter, interceptar, barrar, desviar. A Marcha da Liberdade é a manifestação dos que não aceitam ser calados pela policia, pelos ruralistas, corporativistas, monopolistas…
Confiram algumas fotos do Menino Maluvido na marcha:














segunda-feira, 13 de junho de 2011

Adiamento

Seu 123ª Aniversário
Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã...
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não...
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico...
Esta espécie de alma...
Só depois de amanhã...
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-rne para pensar amanhã no dia seguinte...
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos...
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o mundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã...
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro...

Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
Só depois de amanhã...
Quando era criança o circo de domingo divertia-rne toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância...
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático
Serão convocadas por um edital...
Mas por um edital de amanhã...
Hoje quero dormir, redigirei amanhã...
Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância?
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,
Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo...
Antes, não...
Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei. Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser.
Só depois de amanhã...
Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã...
Sim, talvez só depois de amanhã...

O porvir...
Sim, o porvir...

Fernando Pessoa
(Álvaro de Campos)

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Fobia ao igual diferente

por Diego de Jesus, colaborador do Juntos!
Desde seus primórdios o homem tende a temer o desconhecido. Seu cérebro, ou mais precisamente a parte denominada de cérebro reptiliano, assimila o encontro com o inesperado e o diferente como sendo uma ameaça. Porém, existe muito mais do que ações químico/cerebrais por trás de atos de repulsa. A falta de conhecimento, ou o conhecimento limitado advindo de seu ambiente social e principalmente familiar limita o homem – e quando falo em homem falo em gênero – a interpretar de forma rasa o novo.
Novo… Atribuir à homossexualidade o caráter de “novo” é dizer que mais de 4.000 anos é uma idade ínfima. Na Grécia Antiga (2.000 a.C), já se encontra relatos de relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo, porém, não havia a denotação de homossexualidade, pelo fato de que a sociedade Greco-Romana encarava o sexo baseado em prazer e em uma ligação divinal com os seus deuses.
“A homossexualidade é um fenômeno muito antigo, do qual há evidências tanto na arte pré-histórica quanto na pictografia e nos hieróglifos de culturas da antiguidade.”(Alderi Souza de Matos, http://www.monergismo.com/textos/homossexualismo/homo_alderi.htm).
Mas não tão longe dos tempos atuais, em 1937, o livro Capitães da Areia, de Jorge Amado, menciona a postura religiosa do personagem Padre José Pedro, ao convencer Pedro Bala, o líder dos Capitães da Areia, a “criminalizar” a pederastia dentro de onde moravam. Isso ilustra a postura adotada pela igreja cristã quanto às relações homossexuais. Ao contrário de diversas culturas que o antecederam, o Cristianismo proíbe as relações homossexuais baseado na Bíblia, Romanos 1:26-27. Porém, a Igreja Católica também apoiou os ideais de Hitler no inicio do Nazismo e foi complacente com o racismo durante anos.
Já não é mais aceito a denominação “homossexualismo”, pois desde 1973 as principais organizações de saúde, inclusive as de psicologia, deixaram de classificar as relações homossexuais como distúrbios ou patologias.
Atualmente, mais precisamente no dia 05 de maio de 2011, se tornou legal perante ao Superior Tribunal Federal a união homoafetiva, onde juridicamente gays podem se casar no Brasil, tendo sua união estável reconhecida pela justiça, garantindo direitos como pensão, herança, comunhão de bens e previdência social, devendo também facilitar a adoção de crianças por esses casais.
Cada vez mais a sociedade se distancia da ignorância, e tem menos argumentos para suas afirmações engessadas sobre suas verdades absolutas. Porém, “a noite sempre é mais escura antes do amanhecer”, e os relatos de atos violentos contra homossexuais ainda são constantes. A Avenida Paulista, em São Paulo, já virou palco para essas ações, mas a animália não para ai, pois no ano de 2010 o Grupo Gay da Bahia (GGB)  fez um levantamento sobre assassinatos da comunidade LGBT no Brasil, que registrou 270 mortes.
Jair Bolsonaro
E mesmo sabendo de todos esses fatos o Deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que cumpre sua sexta legislatura na Câmara dos Deputados do Brasil, diz a quem queira ouvir que é contra os direitos dos homossexuais e que o Ministério da Educação (MEC) estimula a homossexualidade com a distribuição dos kits anti-homofobia nas instituições de ensino fundamental e médio.
Meu discurso não é em prol das relações entre pessoas do mesmo sexo ou de sexos diferentes. É em busca pela aceitação e compreensão de que não é a cor da pele, opção sexual, escolha religiosa, posição social, bandeira partidária ou “tribo cultural” que nos faz diferentes. A nossa diferença está em como agimos com o próximo, pois ele, quer você queira ou não, lhe é semelhante por ser humano.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Compartilho contigo essa dor!

A compa, a amiga Aline perde alguém muito querida. Eu, em minha pequenez não posso fazer muitas coisa, mas tão somente dizer que estou ao teu lado pro que precisares. Força, pois a Alana cumpriu brilhantemente sua missão, mostrou pra você e sua família o quanto uma pessoa poder ser forte e não desistir, por mais difícil que as coisas pareçam, deixando sua família sempre unida. 
Meu carinho todo especial também a jovem Ana.


sábado, 4 de junho de 2011

"Marcha das vagabundas"

Ocorreu em São Paulo no dia 04 - sábado a versão brasileira da "Slut Walk", ou “Marcha das Vagabundas”, em português. O movimento começou no Canadá e já foi reproduzido em mais de dez cidades americanas e outros 19 países. Trata-se de modo de protestar contra o pensamento de que vítimas de violência sexual podem ser as principais responsáveis por esses crimes.
Manifestante exibindo seu cartaz em SP
A primeira marcha aconteceu em abril deste ano, depois que um policial de Toronto argumentou que as mulheres deveriam evitar se vestir como “vagabundas” para não se tornarem alvo de estupro. A declaração, que aconteceu durante uma palestra sobre segurança em uma universidade, causou revolta entre as mulheres, e assim elas decidiram protestar.
Vestidas com roupas curtas, mais de 2.000 mulheres foram às ruas com cartazes que diziam “não diga como devemos nos vestir, diga aos homens para não estuprar”, ou “é meu corpo e faço o que quero com ele”.  A mesma marcha se multiplicou e ganhou destaque em países como França e Estados Unidos.
Na página do evento no Facebook, as organizadoras postam que “não é culpa dos nossos vestidos, salto alto, regatas, saias e afins que todos os dias mulheres são desrespeitadas e agredidas sexualmente, isso é culpa do machismo”. Mais de 1.000 pessoas reunidas em passeata contra o machismo e contra a violência à mulher.

Fonte: UOL Notícias (adaptado após o evento)