quinta-feira, 21 de julho de 2011

UJS E KIZOMBA OPERAM GOLPE CONTRA O MOVIMENTO ESTUDANTIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

Rafael Saldanha*

Entre os dias 13 e 17 de julho, na cidade de Goiânia/GO, ocorreu o 52° Congresso Nacional da UNE (CONUNE), evento que reúne a cada dois anos todas as cores do movimento estudantil brasileiro, a fim de discutir a sua atualidade e traçar os seus rumos. Na UFPA, como ocorre para todos os Congressos, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) organizou o processo eleitoral de tiragem de delegados ao 52° CONUNE de acordo com o Regimento elaborado pela UNE para 2011.
Duas chapas disputaram a eleição de delegados no dia 2 de julho: “UNE que queremos” e “Um convite à luta!”. A primeira foi composta por UJS, Kizomba, além do PDT, PPS e Partido Pátria Livre (coletivos que dividem a gestão majoritária da UNE e responsáveis pelo processo de burocratização que sofre a entidade ao longo de décadas); a segunda chapa é composta por coletivos da oposição de esquerda Vamos à Luta!, Contraponto e JUNTOS!, além da Consulta Popular. Com 1753 votos (61,2%) a chapa “Um convite à luta!” venceu a chapa governista, que obteve 1114 votos (38,8%). Segundo o Regimento do CONUNE a UFPA poderia eleger 43 delegados por ter 43.700 alunos matriculados nos cursos de graduação. Proporcionalmente ao número de votos obtidos, a chapa “Um convite à luta!” garantiu 24 delegados, contra 19 da chapa da situação na UNE.
Para viabilizar a participação da delegação no Congresso Nacional da UNE, é práxis do DCE solicitar à Universidade passagens e diárias ou fretamento de ônibus, direito previsto no Artigo 238 do Regimento Geral da UFPA. Em 2011 não seria diferente. Desde janeiro a Pró-reitoria de Extensão (PROEX) já estava ciente da demanda e o pró-reitor de extensão, prof. Fernando Arthur Neves, assumiu com o DCE o compromisso de garantir 2 ônibus de viagem da UFPA para o translado da delegação. Os estudantes foram comunicados pela PROEX, meses depois, que devido à greve nacional dos técnicos administrativos ter sido deflagrada não seria mais possível realizar a viagem nos 2 ônibus institucionais, sendo necessário um “plano B” para que a delegação da UFPA não ficasse impedida de participar do 52° CONUNE. Como não havia mais tempo hábil para emissão de passagens pela PROEX, a Pró-reitoria de Administração (PROAD) faria contato com alguma empresa para fretar dois ônibus de turismo e se responsabilizaria por todos os trâmites no negócio.
A BESSATUR Turismo Ltda. foi a empresa contrata pela UFPA para realizar o translado dos estudantes em 2 ônibus (1 leito com 40 lugares e 1 semi leito com 48 lugares), no valor de R$28.000,00. Não se sabe porque a mediação entre UFPA e empresa foi realizada pelo funcionário ligado ao Gabinete do Reitor, vulgarmente chamado de “Ed”. Este rapaz realizou tráfico de influência e utilizou a prática do favorecimento pessoal. Pouco interessa saber o motivo pelo qual a administração superior delegou a ele a responsabilidade de mediar a negociação do frete dos ônibus. O que importa é que ele deveria ter se reservado apenas a essa ação específica. “Ed” centralizou todas as informações, repassou a relação de passageiros dos 2 ônibus sem consultar a chapa "Um convite à luta!", marcou data e horário de saída dos ônibus também sem consultar e manteve privilegiadamente informados apenas os membros da chapa derrotada no processo de escolha de delegados ao 52° CONUNE. Assim, os membros da chapa derrotada, ligada à UJS e à Kizomba, viajaram em dois ônibus pagos pela Reitoria, enquanto que os membros e delegados da chapa vitoriosa, ligada à oposição de esquerda à UNE, vanguarda combativa e de luta, viajou em um ônibus do Instituto Tecnológico (ITEC), improvisado às pressas para que os 24 delegados da oposição à UNE pudessem estar em Goiânia. Trata-se , portanto, de um golpe no movimento estudantil democrático da UFPA, um golpe orquestrado por dentro da institucionalidade, via gabinete do Reitor, o que faz lembrar a história de traições que tem a democracia latino-americana. Foi um ataque ao processo democrático pelo qual tanto se luta no interior das universidades brasileiras, tão caro à comunidade acadêmica da UFPA, esta que em 2008 vivenciou uma tentativa de golpe quando o ex-reitor prof. Alex Fiúza tentou manipular o Conselho Universitário (CONSUN) para que sua candidata, profª Regina Feio, fosse empossada reitora. O movimento estudantil democrático defendeu que fosse empossado aquele que a comunidade interna escolheu e assim impediu-se que o CONSUN fosse manipulado e o atual reitor foi empossado. Agora esse mesmo movimento recebe um ataque sem precedentes.
O Sr. “Ed”, um lacaio do atual reitorado, foi visto por membros da chapa “Um convite à luta!” no dia 15 de julho na praça Universitária, em Goiânia, com um copo de cerveja em mãos e uma blusa do PCdoB no corpo. No dia 17 de julho foi visto na plenária final do CONUNE junto aos delegados da situação na UNE. Ficou claro nesse instante toda a relação existente entre a Reitoria da UFPA e os derrotados na tiragem de delegados. O lacaio lançou mão do seu livre acesso aos espaços de poder na UFPA para beneficio próprio e para colaborar com as falcatruas de uma juventude universitária degenerada e corrupta. Que tipo de vinculo este sujeito possui com a Universidade para mediar negócios da Instituição? Tem-se certeza que ele não compõe o quadro efetivo de técnicos administrativos, restando a possibilidade de ser funcionário da FADESP. De qualquer maneira ele não poderia fazer as movimentações que fez, implicando em violação da autonomia estudantil e em sério desgaste político ao seu amo, prof. Maneschy.
Divulgaremos tal irresponsabilidade aos quatro cantos da UFPA. Os estudantes saberão que o mesmo grupo estudantil que defendeu em 2007 o REUNI de forma adesionista e sem análise crítica; que em 2008 e 2009 tentou fraudar a eleição do DCE; que em 2011 fraudou a eleição de delegados no campus da UFPA em Soure/Marajó; e que responde por tantos outros escândalos, operou mais um golpe contra a democracia do movimento, dessa vez com uma participação obscura e nebulosa da Reitoria. Típico de jovens condenados a serem adultos irresponsáveis e corruptos! 
A ditadura da UJS e da Kizomba está com os dias contados na UNE. A bancada da oposição de esquerda unificada nunca tivera tanto êxito como neste ano. Foi a segunda maior força em números de delegados e está presente nos DCEs mais importantes do país, entre eles o da UFPA. Crescerá certamente e já causa medo aos jovens vendidos que seguirão dirigindo a UNE pelos próximos dois anos. Em um mundo onde cresce o número de indignados (Tunísia, Egito, Grécia, França, Espanha, Portugal, Chile, Brasil etc.) não haverá mais espaço para aqueles que pensam que democracia é brinquedo. Venceremos!

*Rafael Saldanha é coordenador geral do DCE/UFPA e militante do JUNTOS! Juventude em Luta, coletivo que compõe a oposição de esquerda à UNE.
 

terça-feira, 19 de julho de 2011

A oposição combativa e o 52° CONUNE: a saída é pela esquerda!

No último período, uma combinação rara de acontecimentos até então inéditos indica que estamos vivendo apenas o começo de uma nova etapa. O próximo Congresso da UNE vai acontecer numa conjuntura especial. Três elementos, para nós, parecem fundamentais: a nova situação que se abre no mundo, o crescimento inegável da esquerda nas principais universidades brasileiras e a postura defensiva da UJS no debate político atual.
O lugar da Oposição de Esquerda nesse processo, como sujeito ativo, é fundamental. Neste breve artigo, queremos expor algumas de nossas visões. Sobretudo, queremos compartilhar propostas para iniciar um diálogo fraterno entre o conjunto da oposição. De uma coisa estamos convencidos: Tahrir, Puerta del Sol e Syntagma demonstram que o tempo das ruas está de volta. A tarefa da esquerda estudantil brasileira é organizar-se, construindo amplo lastro nas universidades e escolas, para construir a principal arma de barganha desses novos tempos: as barricadas.
A juventude e a nova "onda" de mobilizações no mundo
Nas últimas duas décadas, a ofensiva ideológica do capital atingiu em cheio a juventude. O individualismo parecia ser a principal saída para seus dilemas. Apesar de importantes inflexões como a mobilização da juventude de Seattle (1999) e o movimento antiglobalização, a ação juvenil coletiva não deu a tônica nos grandes temas sociais ao longo dos "duros" anos do auge do neoliberalismo.
O ano de 2011, no entanto, trouxe uma nova geração para a luta política e social. A autoimolação de um jovem graduado de 26 anos foi o que desatou a revolução dos Jasmins na Tunísia. A juventude tomou as ruas e os perfis das redes sociais para derrubar Mubarak no Egito. Jovens agora tomam as ruas contra a crise européia. Na Espanha, são os "indignados". Em Portugal, a "geração à rasca" e, na Grécia, os "aganaktismeni".
Em 14 de julho, quando estiver começando o 52° CONUNE, num sinal dos tempos, milhares de estudantes chilenos promoverão uma intensa jornada de greve e mobilização, dando prosseguimento ao conjunto de lutas estudantis que atravessa o país contra a precarização da educação. A mobilização do Chile, somada à luta estudantil no sul do Peru, é fundamental. Trata-se da primeira expressão no continente latino-americano das lutas de jovens que vemos tomar os continentes europeu e africano.
No Brasil, ainda que não tenhamos, por enquanto, um novo cenário, já é possível sentir um "novo clima". Ele esteve presente nas manifestações recentes como a "Marcha da Liberdade". Pudemos senti-lo nas lutas por tarefas democráticas, como por exemplo a que os estudantes da UFCSPA travaram contra a corrupção da reitora ou aquela travada pelos estudantes da PUC/RS e de tantas outras universidades contra as máfias estudantis que controlam DCEs. A enorme onda em prol dos direitos das mulheres e o fortalecimento, entre os jovens, da luta LGBT também são frutos desse novo período.
Uma das últimas capas da revista Carta Capital esteve bastante sintonizada com esse momento ao destacar a relação entre a luta juvenil, o uso das redes sociais, as lutas na Europa e a expressão que tomou a revolução no mundo árabe. O título não poderia ser mais sugestivo: #Proteste. As próximas lutas estudantis por mais verbas, assistência estudantil ou democracia certamente serão impactadas por esse novo momento. Se o CONUNE vai acontecer numa onda de frio que assola o país, podemos esperar uma primavera estudantil quente do ponto de vista das lutas.
Oposição de Esquerda dirige os principais DCEs de Norte a Sul do Brasil
É fundamental destacar a força e a capilaridade que a Oposição de Esquerda, organizada em diversos coletivos, adquiriu no último período. Hoje, os DCEs mais importantes e representativos, das principais universidades do país, são influenciados por coletivos que atuam nesse campo.
Vejamos de perto: no Rio Grande do Sul, os DCEs da UFRGS, da UFCSPA e da UFPEL têm cumprido um papel fundamental nas mobilizações recentes. Já na PUC/RS, os coletivos que impulsionam a oposição conquistaram uma importante e histórica vitória contra a máfia que controla o DCE há décadas ao impor a convocação inédita de eleições limpas para os próximos meses. A esquerda também venceu, recentemente, a eleição para o DCE da UNIFRA em Santa Maria. No Paraná, o DCE da UFPR é uma referência para todas as lutas, com grande participação na defesa da democratização da comunicação. No Rio de Janeiro, a esquerda venceu importantes eleições no último período: UERJ, UFF e Unirio, onde manteve seu importante trabalho. Além disso, é de se destacar o peso, ainda que não seja majoritário, dos companheiros do coletivo Levante na UFRJ e na PUC/RJ.
Em São Paulo, o DCE-Livre da USP está muito fortalecido e tem sido exemplar na tarefa de construir uma entidade combativa, ampla e democrática. No DCE da Unicamp, a esquerda possui um histórico e enraizado trabalho. Poderíamos destacar outros inumeráveis casos Brasil afora: da luta contra a corrupção na Assembléia Legislativa paraense em que os DCEs da UFPA e da UEPA têm papel decisivo ao valente enfrentamento que os estudantes capixabas e o DCE da UFES protagonizaram contra o aumento das passagens, a Oposição de Esquerda esteve presente disputando consciências e organizando a luta!
O fato é que a esquerda chega ao CONUNE com um grande peso e muita responsabilidade. Seu desafio é igualmente grande: aproveitar a oportunidade para construir um espaço comum e articular um calendário de lutas para o biênio 2011-2013 para enfrentar os cortes de verbas, unir a luta contra o aumento das passagens e colocar, no centro de nossa intervenção, uma luta real e séria acerca da bandeira dos 10% do PIB para a educação. Devemos reunir mais de mil ativistas, representativos, da Oposição de Esquerda no CONUNE, número ainda não visto em outras ocasiões.
Nesse momento, está claro que nossa luta não começou no CONUNE nem terminará após ele. Utilizando-o como um meio para organizar uma intervenção unitária e consistente da Oposição de Esquerda no próximo período, poderemos avançar para estar à altura do que os novos tempos exigem.
Maquiagens já não bastam e a UJS está na defensiva
Ao contrário dos últimos CONUNEs, o campo governista terá peso numérico, mas desgaste político. Os primeiros 6 meses do governo Dilma não deixam espaço para dúvidas: os casos de corrupção, que derrubaram Palocci e Nascimento; a crise do governo Cabral (aliado de primeira hora de Lula e Dilma); e o corte de R$ 50 bilhões no orçamento (sendo R$ 3,1 bilhões da educação) em contraste com o contínuo fluxo de bilhões de reais dos cofres públicos para o sistema financeiro internacional ou para financiar negócios lesivos ao povo brasileiro (como os R$ 4 bilhões do BNDES que o governo pretende destinar à fusão de Pão de Açúcar e Carrefour) demonstram a submissão do campo governista – na UNE, capitaneado pela UJS – aos interesses da grande burguesia brasileira e de seus agentes políticos sempre ávidos por nomeações, cargos e contratos.
O comprometimento da UJS/PCdoB vai além: os escândalos no Brasil da Copa e da Olimpíada escancaram seus laços com as empreiteiras e as fartas possibilidades de negócios que agora as "licitações secretas" abrem. O esporte, que deveria servir como instrumento para a educação dos jovens, a saúde e o divertimento do povo brasileiro, nas gestões "comunistas", tem sido administrado sob uma lógica que privilegia os cartolas, as máfias da CBF e do COB e o monopólio da comunicação no Brasil.
O elemento de maior desgaste para este setor, no entanto, são as vergonhosas alterações no Código Florestal lideradas por Aldo Rebelo (PCdoB), um ex-presidente da UNE e ex-comunista que agora é celebrado pela bancada ruralista. Mesmo durante a luta contra a reforma universitária, a UJS enfrentou o debate utilizando o PROUNI (e sua base social) como escudo e legitimação. Com as alterações no Código Florestal, porém, os malabarismos serão muito mais difíceis e injustificáveis, já que quase todos, nas ruas e universidades públicas ou privadas, o repudiam. Como explicar a aliança com o que há de mais atrasado e retrógrado na política brasileira? O apoio a Aldo Rebelo é inexplicável sob qualquer ponto de vista progressista: 80% da opinião pública são contrários às mudanças no Código Florestal.
A hora da esquerda "indignada": devemos nos preparar para o novo período!
Por tudo isso, está claro que o momento é de unir a esquerda para enfrentar coletivamente, a muitas mãos, esse novo cenário. Para nós, a possibilidade de fazê-lo está hierarquizada por uma tarefa fundamental: construir um Bloco de Esquerda, que, por dentro e por fora da UNE, possa ser uma expressão dos anseios de transformação da juventude indignada brasileira.
A capilaridade da Oposição de Esquerda é uma realidade. Estamos presentes nas principais universidades brasileiras e fomos protagonistas decisivos das mobilizações recentes no país. Precisamos, contudo, avançar no sentido de construir uma alternativa mais unitária que nos coloque em melhor situação para disputar consciências e organizar e lutas que virão. A realidade abre-nos novas possibilidades e desafios. Estamos convencidos de que os próximos passos devem passar pela organização de um Bloco de Esquerda entre os setores de oposição. Soubemos enfrentar momentos difíceis e apostar, sem atalhos, numa política ao mesmo tempo combativa e ampla com a qual pudemos chegar até aqui. Devemos avançar.
Recentemente, os companheiros do PSTU mostraram, mais uma vez, que a política simplesmente orientada pela disputa autoproclamatória da vanguarda é incapaz de ser uma alternativa a amplos setores e de avançar na organização da luta da juventude brasileira. Mesmo sendo a prioridade semestral do PSTU, apesar de seu enorme esforço, o I Congresso de sua entidade, a ANEL, não conseguiu ser mais amplo do que a base que os companheiros movimentam cotidianamente nas universidades. A polêmica travada entre o PSTU e seus rachas minoritários à esquerda sobre se é ou não correto apoiar a luta dos bombeiros do Rio de Janeiro – algo que recorrer ao bom senso já resolveria – demonstra o limite de disputa desta entidade.
O Bloco de Esquerda deve pautar a realidade da juventude no Brasil e todos os temas que a movem durante e depois do CONUNE. O Bloco deve, para nós, ter uma composição, inclusive de chapa no CONUNE, que respeite, sem ruídos ou desencontros, critérios democráticos, como proporcionalidade na direção, rodízio nos cargos, direito de voz às posições minoritárias e decisões em instâncias do Movimento (plenárias e assembleias).
A construção da campanha por 10% do PIB para a educação (#10%já!) será a prova de fogo. Nela, devemos valorizar DCEs, CAs, DAs, Federações e Executivas de curso para fazer um grande mutirão da esquerda estudantil, como foram os plebiscitos sobre ALCA e a dívida a seu tempo. O Bloco deve ter como primeira grande tarefa contribuir para organizar uma campanha popular que rompa os muros das universidades.
Juntos!, uma organização de juventude que se fortalece como nova alternativa, coloca-se à disposição da batalha para evitar a dispersão e o fracionismo, separando o secundário do principal e oferecendo o melhor de seus esforços para aproveitar a oportunidade que está posta: fortalecer a nova direção que está surgindo para as batalhas que virão!
Nathalie Drumond (diretora do DCE-Livre da USP) e Rodolfo Mohr (diretor do DCE da UFRGS) são militantes do Juntos!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

1º Encontro Nacional do JUNTOS!

Em suas primeiras edições o jornal Juntos! alcançou jovens em todo país. Esta nova forma de comunicação – coletiva, criativa e mobilizadora – é ferramenta para dar voz aos descontentes e organizar a juventude que não se cala contra as injustiças sociais nem se vende para o governo.
Juntos estivemos nos movimentos anti-globalização, nos grêmios estudantis e nos cursinhos populares, nas lutas pelo passe livre, contra a corrupção de José Sarney e Renan Calheiros, em defesa do meio ambiente, ocupando escolas e universidades pela educação pública.
Socialistas e democráticos, ao lado dos rebeldes de todo o mundo. Vamos ao encontro do Juntos!, ajude a organizar uma caravana em sua cidade!

# Três motivos para não perder o encontro do Juntos!

1 – Em um mundo de mudanças, é momento de ousadia!
As revoluções no mundo árabe (ver Juntos! #2) não deixam dúvidas: a difícil realidade da virada do século está mudando.
No norte da África a Revolução que começou na Tunísia se alastrou pelo Egito, Síria, Líbia, entre outros regimes autoritários, mobilizando milhões e incendiando os povos na luta por liberdade, emprego e salário. Na Europa, países como Grécia, França, Inglaterra e Portugal passam por grandes mobilizações e greves gerais. Na América Latina e no Oriente Médio a situação não é diferente.
Por que então ficarmos presos ao velho, se podemos ousar novos horizontes, mais justos, democráticos e solidários?
2 – O Brasil também não é mais o mesmo
Ainda que os efeitos da crise mundial no Brasil tenham sido leves por conta da poupança acumulada no período anterior, os direitos do povo já estão sendo atacados e a situação pode piorar.
Logo no início do ano Dilma ordenou o corte de R$ 50 bilhões de recursos da União, atingindo principalmente a Educação, a Saúde e a Segurança Pública. Enquanto isso a inflação aumentou o preço da cesta básica, dos aluguéis, das passagens de ônibus, entre outros. A proposta do governo para a alteração do Código Florestal é um desastre ambiental completo (veja matéria das páginas 5 e 6 desta edição), e o que se anuncia para Copa do Mundo e Olimpíadas é o aumento estratosférico da corrupção, das desapropriações violentas de moradores, do desrespeito aos direitos trabalhistas e dos crimes ambientais. Tudo isso patrocinado pelo PCdoB e pelo PT, ao lado da direita…Vexame!
Em meio a tantos conflitos, surgem novos movimentos de juventude pelo país. As mobilizações contra os aumentos de tarifas em todo Brasil são exemplos de ações são possíveis. Podemos lutar juntos… Por que não?
3 – Juntos, em movimento, podemos mais!
Embora os desejos de justiça movimentem a juventude, infelizmente as organizações e entidades que deveriam ser nossos espaços de ação – como a UNE, a UBES e os conselhos de juventude – estão dominadas por “jovens envelhecidos” do PCdoB e do PT, que vendem seus sonhos por verbas e cargos no governo. Ainda assim, vamos ao CONUNE para dizer às centenas de jovens presentes com vontade de mudança: uma nova política é possível!
A organização do Juntos! representa a necessidade de um movimento de juventude independente, desta nova geração de jovens lutadores. Nele cabem todos os indignados, todos os dispostos para a luta por um mundo radicalmente novo. Juntos! é a juventude em movimento pela educação de qualidade, em defesa do meio ambiente, contra o preconceito e por uma sociedade com igualdade e liberdade para todos. Participe do nosso Encontro, dia 15 de julho durante o CONUNE, em Goiânia.
Venha lutar conosco!
 
O que é CONUNE?
Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), entidade representativa dos universitários brasileiros, que será realizado pela 52ª vez. É o principal espaço de decisões da entidade e onde é eleita sua diretoria, com mandato de dois anos.

POR QUE VOU AO ENCONTRO DO JUNTOS!?


A juventude tem a necessidade de se organizar e isto é visível em qualquer ambiente frequentado por jovens, como por exemplo, nos bairros, costumamos ver as GD's (Galera da NIke, da Kenner... enfim, cada uma organizada em seu grupo), pois isto, a proposta do JUNTOS! é tentar dialogar com a esta e outras juventudes, não se limitar ao ambiente acadêmicos, mas potencializar a grande massa de jovens que tem seus anseios e seus sonhos de um ambiente mais saudavel e prospero. Rodrigo Queiroz ~> Menino Maluvido


Fontes Iniciais: Blog do Juntos!