quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Grito dos Indignados do Interior

Entre os dias 12 a 15/11 estiveram reunidos no município de Marabá mais de 100 estudantes da UFPA de diversos campi para as discussões no V ENCONTRO DA INTERIORIZAÇÃO.
Foram diversas mesas, painéis e grupos de discussões que encaminharam as pautas do Movimento Estudantil da universidade multicampi, um primeiro passo para a organização e fortalecimentos das lutas. 
Segui a baixo, um documento aprovado na Plenária Final e construído coletivamente com os estudantes.


INTERIOR ORGANIZADO, PRA NÃO FICAR ABANDONADO!
A Universidade Federal do Pará tem uma população de 43.726 estudantes, distribuída em seus 10 campi (Abaetetuba, Altamira, Belém, Bragança, Breves, Cametá, Castanhal, Marabá, Soure e Tucuruí). Foi uma opção acertada da Reitoria na década de 80 do século passado interiorizar a instituição. Assim possibilita que mais pessoas tenham acesso ao ensino superior desde suas localidades ou região. Os campi da UFPA são únicos e incomparáveis entre si pelo fato de estarem instalados em pontos estratégicos do continental estado do Pará. A produção científica de cada um tem relevância e impacta o desenvolvimento das comunidades locais.  
Precisa agora que a Reitoria da UFPA entenda que todos os elementos da Assistência Estudantil tornem-se multicampi. È inaceitável e também vergonhoso que apenas no campus do Guamá (em Belém) exista Restaurante Universitário, ônibus circulares, maior concentração de bolsas de incentivo à pesquisa e à extensão, verba regular para aquisição e atualização do acervo das bibliotecas e moradia estudantil sustentada com recursos próprios. Assim, torna-se prioritária a luta pela imediata correção do atraso histórico dos campi da interiorização em relação ao campus da capital no que se refere à efetiva Assistência Estudantil. Depois, mas não menos importante, é importante que cada Diretório Acadêmico (DA) mobilize os estudantes a reivindicarem a solução das demandas locais de campus.

Abaetetuba
O curso de Letras (língua portuguesa e espanhola) não dispõe de acervo bibliográfico satisfatório para atender os estudantes. A Faculdade de Ciências da Linguagem (FACL) não tem pessoal técnico administrativo suficiente, o que prejudica a organização do curso e o atendimento ao público. Os bebedouros e os banheiros do curso estão sucateados. Conclusão do Laboratório de Ciência da Linguagem, o qual encontra-se em total abandono.
O curso de Pedagogia também possui acervo bibliográfico insuficiente. A formação acadêmica dos estudantes exige conhecimento da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), porém não há livros da área. Os estudantes defendem a abertura de concurso público para contratação de intérprete para atender portadores de necessidades especiais que estudem no campus. É urgente a ampliação do quadro de técnicos administrativos da Faculdade de Pedagogia.
O curso de Matemática necessita de salas adequadas ao exercício da Monitoria, bem como adquirir mais recursos tecnológicos (Datashow, notebook, quadros digitais etc.). A Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia (FACET) também tem banheiros sucateados, além de acervo bibliográfico insuficiente.
O curso de Engenharia Industrial, recentemente criado, não dispõe de dependências físicas próprias (salas para aula, laboratório de informática para auxílio às disciplinas de tecnologia, laboratórios, reuniões de grupos de pesquisa etc.), não tem Faculdade instituída e seu Plano Político Pedagógico não é adequado, necessitando de revisão. Falta aquisição de equipamentos e materiais que são fundamentais para o desenvolvimento de atividades acadêmicas, como, por exemplo, reagentes para o laboratório de química. É necessário concurso público para professor da área de engenharia de produção.
Para benefício dos alunos de todos os cursos do campus exige-se a criação de novos cursos que atendam a demanda da região; a reimplantação do ônibus que transportava os alunos do centro da cidade para o campus e vice-versa, a fim de propor maior segurança aos alunos e a permanência dos mesmos; contratação de um motorista para dirigir ônibus do Campus; atualização do laboratório de informática onde se fazem pesquisas acadêmicas; espaços físicos para sediar as entidades estudantis (DA e CA´s); aquisição de acervo bibliográfico para os cursos novos (Engenharia Industrial e Letras com Habilitação em Língua Espanhola) e atualização bibliográfica para os cursos que já existentes; implantação do Restaurante Universitário; ampliação das bolsas de IC, Extensão e outras; moradia estudantil para abrigar alunos oriundos de outros municípios da região; criação de cursos de Pós-graduação (mestrado e doutorado em Engenharia Industrial, Pedagogia, Letras e Matemática), a fim de formar futuros profissionais que possam compor o quadro de funcionários do campus e assim melhorar o problema de professores que apenas vem ao Campus ministrar suas aulas, sem vínculos mais profundos; construção de um bicicletário; implantação de cursos livres de Línguas Estrangeiras como projeto de extensão; construção de um espaço cultural no campus; ampliação do quadro de professores e técnicos em todas as faculdades; creche universitária no campus para atender aos alunos dos cursos de graduação que atualmente precisam trazer seus filhos para o campus.
Breves

Cametá
O campus de Cametá encontra-se em processo de ampliação de sua infraestrutura e percebemos, cada vez mais, melhorias na sua condição física. Atualmente, há um quadro de professores satisfatório, são cerca de 60, entre mestres e doutores e que não tem grandes problemas para desenvolver suas atividades do cotidiano acadêmico. 
A oferta de cursos e vagas vem crescendo a cada ano devido à política de expansão proposta pelo programa REUNI do governo federal.
É perceptível o êxito do tripé ensino, pesquisa e extensão que estrutura a atuação do campus na região, pois muito do que se produz no espaço da universidade é aplicado no contexto social, econômico e político da Amazônia Tocantina. 
As representações dos Centros Acadêmicos da UFPA/Cametá partilham dessa concepção por entender e visualizar as melhorias por qual nosso campus está vivenciando.
A despeito de todas essas análises também temos problemas que, a exemplo dos outros campi, nos dificultam o cotidiano acadêmico. O movimento estudantil da UFPA de Cametá vem pautando, em suas lutas, todas essas dificuldades que são, em nossa análise, os pontos mais importantes da atuação dos centros acadêmicos.
Restaurante Universitário por entendermos que os estudantes do CUNTINS/Cametá necessitam dos serviços do RU (principalmente nas turmas do regime intensivo); moradia estudantil: seria importante para o CUNTINS/Cametá porque esse campus atende inúmeros municípios da região Tocantina e o interior de Cametá. A maioria desses estudantes mora em locais em que pagam aluguel mesmo sem condições de fazer isso; ampliação de serviço de laboratório de Informática, pois atualmente não supre a necessidade de todos os estudantes; criação do laboratório para cada curso; meia passagem intermunicipal para que os alunos do interior também tenham direito garantido; criação do serviço de xerox do próprio campus, de modo que possa atender a demanda de todos os cursos e que o recurso seja gestado pelo Diretório Acadêmico.
Castanhal
O campus de Castanhal não apresenta situação diferente dos demais campi no aspecto da Assistência Estudantil. Mesmo que recentemente tenham sido inaugurados os prédios novos nos campus I e I, não se viu mudança alguma no número de salas de aula, de professores, de técnicos administrativos, o que nas modificações ocorridas no CUNCAST não atenderam às reais necessidades dos estudantes.
Os recursos financeiros oriundos do programa REUNI não garantiram o que exigimos agora: moradia estudantil no interior do campus; Restaurante Universitário; concurso público para professores efetivos; concurso para técnico administrativo;  bolsas de pesquisa e extensão para todos os cursos; mais livros na biblioteca; mais transparência no campus; laboratório de informática; mais segurança no campus; mais acessibilidade; expansão com qualidade no ensino; fim do controle abusivo de freqüencia das aulas; abono das faltas em situações de participação nos eventos estudantis, congressos, reuniões dos conselhos institucionais, CEB’s, etc.; expansão de espaço e aquisição de materiais para as aulas práticas do curso de Educação Física; instalação imediata do laboratório de línguas; fortalecimento do tripé ensino, pesquisa e extensão; implementação de cursos de pós-graduação; implantação de internet livre e sem fio; licitação das copiadoras e das cantinas sob controle do Diretório Acadêmico; fim das disciplinas blocadas; pela participação dos discentes na organização dos  Projetos Políticos Pedagógicos dos cursos; apoio da coordenação do campus e da administração superior aos eventos estudantis no campus; creche universitária.
Marabá

Tucurui
O campus universitário de Tucuruí vivencia diversos problemas acadêmicos e estruturais. Como principal bandeira de luta dos discentes do campus está a flexibilização do sistema de matrícula da UFPA. Motivado pela grande incidência de alunos reprovados, reprovação esta causada por inúmeros fatores, como mais notório, o fato de no campus só haverem graduações de engenharia, e sabe-se historicamente que a engenharia é uma graduação diferenciada e apresenta um alto índice de reprovações durante a formação acadêmica dos alunos. E é sabido por todos os alunos que o Sistema de Matricula da UFPA, regido pelo novo regulamento da graduação de 2008 da universidade, (que na opinião dos estudantes dos campus só foi elaborado visando o campus da capital, e não completa os campi do interior),  mantem retida a matricula dos alunos reprovados em mais de três disciplinas. Destaca-se ainda que no campus só a entrada de novas turmas uma vez ao ano, não proporcionando que os alunos possam refazer as matérias que estão reprovados. Todos esses fatores influenciam negativamente na vida acadêmica dos alunos, causando grandes transtornos e desconforto, salientando que o acadêmico perde praticamente um ano de formação.
O campus de Tucuruí ainda é um dos poucos da UFPA que ainda utiliza o regime modular, e este não colabora com boa formação dos engenheiros, tendo em vista que matérias importantes das graduações são mal oferecidas pela universidade, e em um curto espaço de tempo.
Há promessa de construção de um novo prédio para o campus, porém não se apresenta uma mínima projeção para a entrega deste. Enquanto isso, os alunos continuam sofrendo com a falta de laboratórios específicos, principalmente de engenharia civil, e já se formaram turmas que saíram da universidade sem terem sido comtempladas por laboratórios para suas atividades curriculares. Além da falta RU, que é um problema comum de todos os campi do interior. Enquanto novo prédio não é construído os estudantes continuam sendo atingidos pela má estrutura do campus.
Valem destaque também: a falha e injusta distribuição de bolsas de projetos de ensino e extensão, estas que já não existem em grande numero e ainda são mal direcionadas entre os alunos; a falta de apoio aos discentes e ao movimento estudantil, por parte da coordenação do campus e professores; e ainda a proporcionalidade adotada nas eleições para coordenação do campus, em que o voto dos estudantes tem um peso mínimo quando comparados ao de professores e técnicos.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Canção Amiga



Eu preparo uma canção

Em que minha mãe se reconheça

Todas as mães se reconheçam
E que fale como dois olhos
Caminho por uma rua
Carlos Drummond Andrade
Seu 109º Aniversário
Que passa em muitos países
Se não me vêem, eu vejo
E saúdo velhos amigos
Eu distribuo segredos
Como quem ama ou sorri
No jeito mais natural
Dois caminhos se procuram
Minha vida, nossas vidas
Formam um só diamante
Aprendi novas palavras
E tornei outras mais belas
Eu preparo uma canção
Que faça acordar os homens
E adormecer as crianças

sábado, 22 de outubro de 2011

Juntos! Juventude em Luta por uma universidade pública e para tod@s


Que se pinte de negro,
que se pinte de mulato,
que se pinte de operários e de camponeses,
que se pinte de povo,
porque a Universidade não é patrimônio de ninguém e pertence ao povo.
                                                                                         Che Guevara

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Tu é negão? Sim, eu sou Negão.


*Rodrigo Leite
O negro foi trazido para um lugar desconhecido, para viver de modo totalmente diferente. Antes reis, rainhas, guerreiros… passaram a escravos sem nenhum direito e com muitos deveres, erguendo uma nação. Quando não mais necessária a força do trabalho escravo negro…livres. Livres? Acho que não. A abolição não se deu porquestões humanitárias, mas sim por conveniência ao sistema que estava por vir, uma vez que o modelo escravagista não servia mais  à economia e aqueles que antes eram vistos como coisas, ferramentas de trabalho, agora deveriam ser visto como “reservas” no novo esquema. O Brasil foi um dos últimos países a abrir suas senzalas e fezisso de forma cruel, deixando o negro refém da sua própria sorte.
Essa abolição mal construída atendeu apenas aos interesses econômicos. Convenientemente não foi acertada a situação daqueles que durante centenas de foram humilhados. Deviam-nos justiça, deviam-nos direitos de povo livre e ainda nos devem. Se ontem vivíamos em senzalas e quilombos, hoje vivemos em cortiços e favelas, se antes eram os açoites que nos marcavam o corpo hoje são as surras da policia, se não tínhamos o direito a aprender a ler e a escrever, hoje nos é ofertado um ensino de péssima qualidade, somos privado do acesso à faculdade. A adoção de políticas públicas de ações afirmativas é urgente!  É necessário que se tenha seriedade na aplicação das cotas, não apenas visando o aumento estatístico de negros para que o governo possa alardear que “ nunca antes na história desse país tiveram tantos estudantes negros nas universidades”, mas sim, proporcionando uma educação digna, que prime pela formação qualificada e socialmente referenciada. Nós negros precisamos rearticular nossas mobilizações e as lutas pelos nossos direitos, já que não só erguemos essa nação como nossa cultura, musica, religião faz parte do que o Brasil tem de melhor.  Nada mais justo que sermos reconhecidos e para isso é preciso que nós mesmos nos reconheçamos enquanto negros.  Eu sou Negro não sou pardo, nem moreno, menos ainda mulato. Essas divisões são feitas para descaracterizarnossa identidade, pois muitos acham que ser negro é algo ruim, o que não é verdade.  No Brasil o racismo é institucional, é escondido, é na manha… quando aceitarmos que ele existe, quando aceitarmos nossa condição de classe enquanto negros, poderemos combate-lo de forma mais eficiente. Vamos em frente Juntos! Lutar pelos nossos direitos sem hipocrisia, vencendoo racismo e todas as mazelas que são produto da discriminação racial.
*Rodrigo Leite é coordenador do grupo de negras e negros do JUNTOS! Pelotas

sábado, 15 de outubro de 2011

Paz entre nós, guerra aos senhores!


Já estamos no dia 15 de outubro de 2011. Ao que tudo indica, viveremos o dia da maior mobilização coletiva da história da civilização. Não há precedentes de que quase mil cidades de 80 países tenham feita a mesma manifestação. Já somos milhões de pessoas comprometidas com isto.
O dia 15 de outubro de 2011 é um verdadeiro assalto aos céus. Só vamos acampar em praças porque nossos irmãos árabes aniquilaram ditaduras de décadas – até então apoiadas pelos governos do ocidente – com mobilização de milhões nas praças de seus países. Neste momento, ousaremos mostrar aos donos do poder que nos identificamos com nossos irmãos árabes.
Houve um dia em que as mulheres foram impedidas de participar da política e da vida pública. Houve o dia em que os negros e os indígenas não foram considerados seres humanos. Os assassinatos de homossexuais já foram aplaudidos quase como um consenso. Muitas desses crimes e preconceitos ainda existem, por isso seguimos lutando, para eliminar qualquer forma de opressão de nossa sociedade e para construir um mundo pleno de diversidade e respeito.
Nós, do Juntos, temos identidade com todas as pautas que estão presentes nas Praças do Mundo. Vibramos com as Revoluções Árabes, com a luta dos indignados europeus, dos ocupantes de Wall Street e com os estudantes chilenos. E seguindo o exemplo destes companheiros, vamos jogar todas as nossas forças na mobilização no Brasil. Queremos compartilhar experiências e atividades com todos os que queiram mudar esse mundo nefasto. Independente de serem jovens, velhos, homens, mulheres, pardos, negros, índios, gays, lésbicas, apartidários, partidários, socialistas ou ambientalistas. Queremos construir algo absolutamente novo, em que nossos princípios sejam a igualdade de direitos, o respeito mútuo, a solidariedade, a democracia participativa, dar voz ao povo, preservar e incentivar a diversidade, ou seja, uma sociedade radicalmente nova que pode estar nascendo aqui e agora.
Até hoje, fomos dominados por vários motivos. Um deles é por conta de nossa fragmentação. O neoliberalismo despedaçou a noção de coletividade e a consciência de que somos todos escravos do mesmo sistema. A ideologia dominante ainda segue dominante e muitos que a carregam dentro de si estarão nas praças deste 15 de outubro. Vão procurar dentro do nosso movimento global coisas para nos dividir. Não podemos cair nessa armadilha. Nossa maior ousadia neste momento é fazer daquilo que nos unifica nossa maior arma. É por isso que realidades tão distintas sairão às ruas num ato mundial. Mas, infelizmente, há aqueles que entre nós se equivocam e aceitam fazer o jogo da classe dominante. E ao invés de batalhar pela unidade do movimento, ocupam seu tempo se dedicando a buscar temas que nos dividam.
O 15 de Outubro não visa fundar um partido político, muito menos promover o grupo X ou Y. Não há um movimento único que o realiza. O 15 de outubro não deve ter donos, nem pátria, nem patrão. Pelo contrário, é um ato dos 99% da população alijada do direito de decidir sobre o futuro de seu país. Devemos mostrar à elite dominante que não somos como eles. Que respeitamos as diferenças e convivemos bem com elas. Portanto, registramos que não vamos apoiar e referendar o divisionismo, o desrespeito, a violência e a coerção àqueles que pensam e se organizam de forma diferente. Não concordamos que hostilizem qualquer manifestante. Não compactuamos que alguns poucos digam como devemos nos vestir, como devemos nos portar, o que devemos dizer, como deve ser nosso padrão estético. Isso os ricos, os banqueiros e seus políticos-marionetes já fazem. É contra isso que também lutamos.
Deixamos aqui nossa modesta contribuição. Que o dia 15 de outubro de 2011 seja um começo, um primeiro passo, rumo a união global dos povos por democracia real, pelo anticapitalismo e pela surgimento de um novo sistema econômico e social: justo, igualitário, radicalmente democrático e com respeito a diversidade. Como diz a Internacional, poema de Eugene Pottier, anarquista francês: “Paz entre nós, Guerra aos senhores”.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Iai, vamos JUNTOS ocupar às praças!? 15.o Belém


No dia 15 de outubro @s indignad@s do mundo irão ocupar diversas praças reivindicando democracia real Já! Em Belém não será diferente. Tendo como foco a luta em defesa da Amazônia e em defesa da educação pública iremos acampar na praça da leitura em São Brás (em frente à praça do operário, a partir das 16h) reunindo jovens e trabalhadores que ousam sonhar e que lutam em defesa de um mundo melhor.

#PareBeloMonte

A Usina de Belo Monte, projeto que conta com a parceria do governo Federal com algumas empreiteiras, será financiada com dinheiro oriundo de impostos que eu e você pagamos. Ao todo o BNDES liberou 300 bilhões de reais para a obra, cobrando das empreiteiras juros de apenas 4% ao ano. Um grande absurdo, pois esse dinheiro poderia ser utilizado para construir mais moradias populares para ajudar o trabalhador a ter sua casa própria.
Precisamos juntar todas as vozes e denunciar essa obra que irá trazer um impacto ambiental devastador e irá dizimar a biodiversidade na área do Rio Xingu/Altamira que será afetada.

Mais verba para a educação!

A nosso ver, a educação deve ser vista como um direito e não como um privilégio. Por isso levantamos a bandeira de investimento mínimo de 10% do PIB já para a educação como forma de resolver problemas tais quais: falta de professores, infra-estrutura inadequada, poucas bolsas de pesquisa e extensão, baixos salários dos profissionais e técnicos da educação, entre outros.

Chega de corrupção!

Cresce a cada dia o descontentamento do povo que vê o dinheiro que deveria ser investido nas áreas sociais ir parar no bolso de alguns políticos corruptos e picaretas, foi por isso que, esse ano, iniciamos uma intensa mobilização para denunciar o escândalo na ALEPA e pedindo cadeia para os corruptos. Precisamos ir as ruas denunciar toda forma de corrupção e exigir o investimento adequando em educação, saúde, saneamento básico e outros referentes a área sociais!

Combate às opressões
Neste ano o Brasil passou por um singular processo de avanços e retrocessos na luta contra a Homofobia. Se por um lado tivemos o reconhecimento de famílias homoafetivas, a aversão às LGBT se tornaram recorrentes em discursos parlamentares e na ação criminosa de pessoas ao matarem centenas de LGBT em todo o Brasil, além das agressões físicas e psicológicas que são sofridas diariamente.
A aprovação do PLC 122 projeto de lei que criminaliza a homofobia, é uma das maiores bandeiras do movimento LGBT e vem sofrendo constantes ataques de parlamentares conservadores o que coloca em xeque sua aprovação. Quando os direitos humanos viram moeda de troca ou mesmo são atacados por fundamentalistas religiosos, é hora de indignar-se.
Somo indignad@s porque queremos uma sociedade livre!
O movimento de juventude Juntos, o Juntas e a Rede Emancipa estarão presentes. Convidamos você para acampar com a gente! #juventudeindignada

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Viral contra o abuso e a violência de crianças e adolescentes.


Internautas de Todo o Brasil, estão trocando a foto de seus perfis nas redes sociais por desenhos animados ou personagem de gibis, pois isto é uma forma criativa encontrada pela galera do bem que navega pela internet, de dizer, NÃO AO ABUSO E A VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES,   a ideia deu tão certo que já esta virando onda entre internautas de outros países também, para participar é muito fácil basta trocar a sua foto por a de um desenho, e pronto você estará participando, o movimento, dura até o dia 12 de outubro dia das crianças.

Ajude a publicar avise seus amigos. 

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Só de sacanagem

Meu coração está aos pulos! Quantas vezes minha esperança será posta a prova? Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro. Do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais. Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais. Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta a prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais? É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz. Meu coração tá no escuro. A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e todos os justos que os precederam. 'Não roubarás!', 'Devolva o lápis do coleguinha', 'Esse apontador não é seu, minha filha'. Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar! Até habeas corpus preventiva, coisa da qual nunca tinha visto falar, sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará! Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear! Mais honesta ainda eu vou ficar! Só de sacanagem!Dirão: 'Deixe de ser boba! Desde Cabral que aqui todo mundo rouba!E eu vou dizer: 'Não importa! Será esse o meu carnaval! Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. 'Vamo pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo, a gente consegue ser livre, ético e o escambau. Dirão: 'É inútil! Todo mundo aqui é corrupto desde o primeiro homem que veio de Portugal!' E eu direi: 'Não admito! Minha esperança é imortal, ouviram? Imortal!'
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Quem são essas vadias?


As "primeiras vadias” à tomarem as ruas foram as da cidade de Toronto, no Canadá, logo no inicio deste ano e, após este fato, muitas outras vadias surgiram ao redor do mundo.
A Marcha das Vadias foi uma resposta de jovens universitárias à fala de um policial que, após ter sido convidado para dar uma palestra que deveria ensinar uma mulher a se prevenir de um estupro, o mesmo soltou a pérola dizendo que para isto, bastaria que as mesmas não vestissem roupas curtas ou decotadas, pois assim, os homens não pensariam que elas eram vadias. Em resumo, transferiu para as mulheres a culpa de serem estupradas, isentando o homem que pratica esta violência.
No dia 28/08/11 ocorreu em Belém esta marcha, onde quase mil mulheres, organizadas ou não dentro de movimentos sociais, foram às ruas empunhando cartazes, fazendo intervenções e puxando palavras de ordem e assim, firmando-se como vadias do novo tempo.
Quem imaginaria mesmo no inicio deste ano, que milhares de mulheres no mundo inteiro gostariam de estar sendo chamadas de vadias? Mas como dizia em um dos cartazes: “Se ser vadia é ser livre. Eu sou uma VADIA.”
Mas afinal, quem são elas?
Ao longo da história da humanidade, as mulheres que romperam com o modelo estabelecido por um determinado período foram consideradas vadias. Os diversos grupos estabeleciam a dicotomia VADIA x SANTA, ou AS QUE PRESTAM x AS QUE NÂO PRESTAM.
Qual o local da mulher?
Elas sempre foram educadas para a vida privada, para cuidar do lar, do esposo e dos filhos e qualquer que tentasse fugir a esta regra era logo rotulada de inferior as demais.
O debate feminista é feito a partir de diversos eixos e, durante a marcha era claramente visível. De um lado umas lembravam que temos no maior cargo do país uma mulher, enquanto outras afirmavam que o fato de ser uma presidente, não bastaria para afirmar que obstáculos históricos foram vencidos, ressaltando que os cortes de verbas nas áreas sociais reforçavam a ineficiência do sistema de proteção à mulher, ou que a partir do veto ao kit de combate a homofobia, que poderia garantir uma diminuição do preconceito às mulheres, que já sofrem opressão pela sua condição biologia, agrava-se ainda mais por terem uma orientação lésbica. Entre muitas palavras de ordem, destaco a seguinte: Governo Dilma, ninguém te agüenta. Governo de mulher, que não nos representa.
Hoje, podemos dizer com certeza que vadias são todas aquelas que ousam dizer não para qualquer forma de opressão, que não estão submissas, que vão as ruas lutar por seus direitos e que estão construindo sua própria historia, uma história diferente daquilo que sempre lhe foi imposto.
Por isso proferimos: estamos JUNTOS! Estamos JUNTAS! Sejamos vadias, putas, meretrizes, santas, bichas, indignados, negros e negras. Sejamos livres!


"Meu corpo, minhas regras"
A lutas das mulheres muda o mundo!
Machismo Mata!
JUNTAS!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

#PareBeloMonte! Belém no ato de protesto mundial


Manifestantes contrários à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, na Volta Grande do Rio Xingu, sudoeste paraense, saíram às ruas de Belém, em protesto contra a decisão do governo brasileiro. A cidade amanheceu com cartazes alusivos à campanha “Pare Belo Monte!”, promovida pelo Comitê Metropolitano Xingu Vivo Para Sempre, em diversos pontos das principais avenidas.
O ato teve início por volta das 9 da manhã, na Praça da República, e seguiu até a pedra do peixe no Ver-o-Peso, considerada a maior feira livre da América Latina, às margens da Baía do Guajará.
Muitos manifestantes saíram com os rostos pintados e vestidos com indumentárias indígenas para lembrar a resistência dos povos da região. “Não, não, não. Belo Monte não!”, “Governo Dilma, mas que vergonha, constrói Belo Monte e destrói a Amazônia!” eram algumas das palavras de ordem que soavam nas ruas da cidade, cantadas por mais de 1500 pessoas aproximadamente, enquanto caminhavam e angariavam apoio entre populares da capital paraense.
Os manifestantes estendiam as palmas das mãos para frente e repetiam a frase “Pare Belo Monte!”, gesto que foi sendo copiado e virou o símbolo do ato realizado em Belém.
Às margens da Baia do Guajará, os manifestantes simularam um grande abraço. “Este é um abraço que estamos dando no Rio Xingu e nos rios da Amazônia. É um abraço pela vida e um compromisso incondicional com a luta dos povos da floresta” bradava a voz que saía de um carro som.
O governo vai ter que ouvir
A manifestação de Belém aconteceu em sintonia com outras realizadas pelo Brasil e por vários continentes. Para o economista Dion Monteiro e membro do Comitê Metropolitano Xingu Vivo Para Sempre, este ato foi uma demonstração pública de indignação e repúdio em escala mundial contra esta mega ação destruidora, planejada pelo governo da presidenta Dilma Rousseff (PT), “No mundo todo, as pessoas e as organizações estão unidas contra este projeto de destruição e morte que é Belo Monte. O governo vai ter que ouvir a população da Amazônia e a população do mundo todo dizendo Pare Belo Monte!”.
Para o arquiteto e professor Edmilson Rodrigues, deputado estadual do Pará (PSOL), Belo Monte é um ameaça para a conservação da sociobiodiversidade da Amazônia, “É bonito ver a humanidade, é bonito ver os lutadores do povo no mundo inteiro, em todos os países, dizendo não a Belo Monte, dizendo não aos grandes projetos que alavancam as riquezas nas mãos de poucos e, ao mesmo tempo, produzem desgraça, assassinatos, prostituição infantil, enfim, ampliam as profundas desigualdades sociais. O Brasil e o mundo dizem não a Belo Monte. O povo paraense diz: Pare Belo Monte!”.
Marcos Mota do Fórum da Amazônia Oriental avalia que as ações de protesto que ocorrem pelo mundo ajudam a esvaziar o discurso falacioso do governo, “De fato, a usina causará um impacto social e ambiental sem precedente na região e entre habitantes locais.”
Para o estudante Anderson Castro, liderança do movimento estudantil, “Este ato tem uma importância fundamental, pela primeira vez a gente consegue unir forças a nível internacional para lutar contra a construção de barragens na Amazônia e nós fazemos um convite para a juventude indignada que venha para somar nesta luta”. A opinião também é compartilhada pelo estudante William Pessoa: “Belo Monte é um grande crime socioambiental que quer destruir a vida do Xingu; vamos às ruas barrar Belo Monte e evitar que se construa uma usina de destruição e morte”.
Para Neide Solimões, funcionária pública e dirigente sindical, “O Rio Xingu é um patrimônio da humanidade, daqueles que precisam e vivem do rio. E todos sabem que, politicamente, o que está por traz desta decisão governamental são compromissos com as grandes empreiteiras e grupos econômicos”, afirma.
A Bacia do Rio Xingu é uma referência pela sua diversidade biológica e cultural. Caso seja construída, a vida das etnias indígenas será duramente afetada no seu modo de vida. Trata-se, na verdade, de um crime contra o meio ambiente e à soberania do país. Por isso, a luta para barrar este projeto assume cada vez mais importância. É decisivo para o futuro da Amazônia e do Brasil.
BELO MONTE: Um exemplo de ineficiência energética
Dirigentes do movimento contra a barragem são unânimes em afirmar que até os peixes do Xingu sabem que este projeto é um exemplo de ineficiência energética, financiada com recursos do erário público que só ajudam a reforçar o esquema de corrupção dos que se locupletam no poder. Daí o motivo do governo ignorar o apelo das populações locais, das comunidades científicas e de promover sistematicamente violações da legislação, da Constituição Brasileira e de tratados internacionais.
Enquanto o governo se fecha ao diálogo, órgãos de inteligência monitoram a movimentação dos ativistas na região e em outros centros de resistência.
Solidariedade sem fronteira
Ato de Belém foi convocado no rastro de outras mobilizações ocorridas em vários estados brasileiros. A nível internacional, protestos estão confirmados na Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos, França, Portugal, México, Inglaterra, Holanda, Escócia, Taiwan, Turquia e País de Gales. A maioria das manifestações ocorrerá em frente à Embaixada Brasileira desses países.
Somos tod@s indígenas e ribeirinhos do rio Xingu

Preparativo do Grande Ato Mundial - Belém 20/08/11


Maluvido

Somos tod@s indígenas e ribeirinhos do Rio Xingu

Ver-o-peso unido no #PareBeloMonte


JUNTOS! Juventude em Luta

sábado, 6 de agosto de 2011

NÃO DEIXE A GUERRA COMEÇAR

Belo monte é um projeto de aproveitamento hidrelétrico em terras indígenas. Projetada para ser a terceira maior hidrelétrica do mundo!
Se for construída, UHE de Belo monte expulsará mais de trinta mil pessoas do lugar em que vivem. Também desviará mais de 70% da vazão do rio Xingu e deixando a volta grande do Xingu com cerca de apenas 30% da vazão natural, causando impactos imprevisíveis para indígenas, ribeirinhos, agricultores e etc. Também não foram cumpridas as 66 condições estabelecidas para que a usina fosse construída.

Raoni, cacique dos Kayapós diz: “se a usina for construída, causará danos, prejudicará medicinas tradicionais, estragará os que nós consumimos no riu Xingu.” E diz ainda: “A intenção do governo é construir a barragem. Mas se o governo esta querendo fazer a construção da usina de Belo Monte, é claro que nós, todos os índios aqui do Brasil, nós vamos nos juntar, nós vamos fazer guerra... o governo esta querendo fazer guerra com nós, índios. Se eles levarem adiante a construção da usina de Belo Monte, nós vamos fazer guerra contra eles. Se todos nós, indígenas, morrermos, tudo bem. Nós não lutaremos mais contra Belo Monte. Nós não lutaremos mais contra o governo. Se eles matarem todos nós, tudo bem. Ai nós não vamos ter voz, nós não vamos estar vivos, nós não vamos estar em pé para continuar lutando. Mas, enquanto eu estiver vivo, eu estarei forte, eu vou lutar até o fim.

Como já diz a musica do Legião Urbana “mas o Brasil vai fica rico vamos faturar um milhão quando vendermos todas as almas dos nossos índios num leilão.”

Não deixe a guerra começar... Cada um, cada pessoa que sente haver algo de errado nisso tudo, cada pessoa que defende a vida dos animais e/ou vegetais da região, cada pessoa que já esta farta de ser desrespeitada pelo “seu governo”, cada pessoa que esta lendo isso... já está mais do que na hora de mudar essa situação, passou da hora de fazer algo, mas ainda há tempo!  Responsabilize-se por isso, não fique mais calada, grite, manifeste-se, escreve na internet, nos muros e nas camisas... Participe dos atos, manifestações e protestos (engrosse o caldo).


É SUA responsabilidade!
  
 NÃO DEIXE A GUERRA COMEÇAR!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

UJS E KIZOMBA OPERAM GOLPE CONTRA O MOVIMENTO ESTUDANTIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

Rafael Saldanha*

Entre os dias 13 e 17 de julho, na cidade de Goiânia/GO, ocorreu o 52° Congresso Nacional da UNE (CONUNE), evento que reúne a cada dois anos todas as cores do movimento estudantil brasileiro, a fim de discutir a sua atualidade e traçar os seus rumos. Na UFPA, como ocorre para todos os Congressos, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) organizou o processo eleitoral de tiragem de delegados ao 52° CONUNE de acordo com o Regimento elaborado pela UNE para 2011.
Duas chapas disputaram a eleição de delegados no dia 2 de julho: “UNE que queremos” e “Um convite à luta!”. A primeira foi composta por UJS, Kizomba, além do PDT, PPS e Partido Pátria Livre (coletivos que dividem a gestão majoritária da UNE e responsáveis pelo processo de burocratização que sofre a entidade ao longo de décadas); a segunda chapa é composta por coletivos da oposição de esquerda Vamos à Luta!, Contraponto e JUNTOS!, além da Consulta Popular. Com 1753 votos (61,2%) a chapa “Um convite à luta!” venceu a chapa governista, que obteve 1114 votos (38,8%). Segundo o Regimento do CONUNE a UFPA poderia eleger 43 delegados por ter 43.700 alunos matriculados nos cursos de graduação. Proporcionalmente ao número de votos obtidos, a chapa “Um convite à luta!” garantiu 24 delegados, contra 19 da chapa da situação na UNE.
Para viabilizar a participação da delegação no Congresso Nacional da UNE, é práxis do DCE solicitar à Universidade passagens e diárias ou fretamento de ônibus, direito previsto no Artigo 238 do Regimento Geral da UFPA. Em 2011 não seria diferente. Desde janeiro a Pró-reitoria de Extensão (PROEX) já estava ciente da demanda e o pró-reitor de extensão, prof. Fernando Arthur Neves, assumiu com o DCE o compromisso de garantir 2 ônibus de viagem da UFPA para o translado da delegação. Os estudantes foram comunicados pela PROEX, meses depois, que devido à greve nacional dos técnicos administrativos ter sido deflagrada não seria mais possível realizar a viagem nos 2 ônibus institucionais, sendo necessário um “plano B” para que a delegação da UFPA não ficasse impedida de participar do 52° CONUNE. Como não havia mais tempo hábil para emissão de passagens pela PROEX, a Pró-reitoria de Administração (PROAD) faria contato com alguma empresa para fretar dois ônibus de turismo e se responsabilizaria por todos os trâmites no negócio.
A BESSATUR Turismo Ltda. foi a empresa contrata pela UFPA para realizar o translado dos estudantes em 2 ônibus (1 leito com 40 lugares e 1 semi leito com 48 lugares), no valor de R$28.000,00. Não se sabe porque a mediação entre UFPA e empresa foi realizada pelo funcionário ligado ao Gabinete do Reitor, vulgarmente chamado de “Ed”. Este rapaz realizou tráfico de influência e utilizou a prática do favorecimento pessoal. Pouco interessa saber o motivo pelo qual a administração superior delegou a ele a responsabilidade de mediar a negociação do frete dos ônibus. O que importa é que ele deveria ter se reservado apenas a essa ação específica. “Ed” centralizou todas as informações, repassou a relação de passageiros dos 2 ônibus sem consultar a chapa "Um convite à luta!", marcou data e horário de saída dos ônibus também sem consultar e manteve privilegiadamente informados apenas os membros da chapa derrotada no processo de escolha de delegados ao 52° CONUNE. Assim, os membros da chapa derrotada, ligada à UJS e à Kizomba, viajaram em dois ônibus pagos pela Reitoria, enquanto que os membros e delegados da chapa vitoriosa, ligada à oposição de esquerda à UNE, vanguarda combativa e de luta, viajou em um ônibus do Instituto Tecnológico (ITEC), improvisado às pressas para que os 24 delegados da oposição à UNE pudessem estar em Goiânia. Trata-se , portanto, de um golpe no movimento estudantil democrático da UFPA, um golpe orquestrado por dentro da institucionalidade, via gabinete do Reitor, o que faz lembrar a história de traições que tem a democracia latino-americana. Foi um ataque ao processo democrático pelo qual tanto se luta no interior das universidades brasileiras, tão caro à comunidade acadêmica da UFPA, esta que em 2008 vivenciou uma tentativa de golpe quando o ex-reitor prof. Alex Fiúza tentou manipular o Conselho Universitário (CONSUN) para que sua candidata, profª Regina Feio, fosse empossada reitora. O movimento estudantil democrático defendeu que fosse empossado aquele que a comunidade interna escolheu e assim impediu-se que o CONSUN fosse manipulado e o atual reitor foi empossado. Agora esse mesmo movimento recebe um ataque sem precedentes.
O Sr. “Ed”, um lacaio do atual reitorado, foi visto por membros da chapa “Um convite à luta!” no dia 15 de julho na praça Universitária, em Goiânia, com um copo de cerveja em mãos e uma blusa do PCdoB no corpo. No dia 17 de julho foi visto na plenária final do CONUNE junto aos delegados da situação na UNE. Ficou claro nesse instante toda a relação existente entre a Reitoria da UFPA e os derrotados na tiragem de delegados. O lacaio lançou mão do seu livre acesso aos espaços de poder na UFPA para beneficio próprio e para colaborar com as falcatruas de uma juventude universitária degenerada e corrupta. Que tipo de vinculo este sujeito possui com a Universidade para mediar negócios da Instituição? Tem-se certeza que ele não compõe o quadro efetivo de técnicos administrativos, restando a possibilidade de ser funcionário da FADESP. De qualquer maneira ele não poderia fazer as movimentações que fez, implicando em violação da autonomia estudantil e em sério desgaste político ao seu amo, prof. Maneschy.
Divulgaremos tal irresponsabilidade aos quatro cantos da UFPA. Os estudantes saberão que o mesmo grupo estudantil que defendeu em 2007 o REUNI de forma adesionista e sem análise crítica; que em 2008 e 2009 tentou fraudar a eleição do DCE; que em 2011 fraudou a eleição de delegados no campus da UFPA em Soure/Marajó; e que responde por tantos outros escândalos, operou mais um golpe contra a democracia do movimento, dessa vez com uma participação obscura e nebulosa da Reitoria. Típico de jovens condenados a serem adultos irresponsáveis e corruptos! 
A ditadura da UJS e da Kizomba está com os dias contados na UNE. A bancada da oposição de esquerda unificada nunca tivera tanto êxito como neste ano. Foi a segunda maior força em números de delegados e está presente nos DCEs mais importantes do país, entre eles o da UFPA. Crescerá certamente e já causa medo aos jovens vendidos que seguirão dirigindo a UNE pelos próximos dois anos. Em um mundo onde cresce o número de indignados (Tunísia, Egito, Grécia, França, Espanha, Portugal, Chile, Brasil etc.) não haverá mais espaço para aqueles que pensam que democracia é brinquedo. Venceremos!

*Rafael Saldanha é coordenador geral do DCE/UFPA e militante do JUNTOS! Juventude em Luta, coletivo que compõe a oposição de esquerda à UNE.