As "primeiras vadias” à tomarem as ruas foram as da cidade de Toronto, no Canadá, logo no inicio deste ano e, após este fato, muitas outras vadias surgiram ao redor do mundo.
A Marcha das Vadias foi uma resposta de jovens universitárias à fala de um policial que, após ter sido convidado para dar uma palestra que deveria ensinar uma mulher a se prevenir de um estupro, o mesmo soltou a pérola dizendo que para isto, bastaria que as mesmas não vestissem roupas curtas ou decotadas, pois assim, os homens não pensariam que elas eram vadias. Em resumo, transferiu para as mulheres a culpa de serem estupradas, isentando o homem que pratica esta violência.
No dia 28/08/11 ocorreu em Belém esta marcha, onde quase mil mulheres, organizadas ou não dentro de movimentos sociais, foram às ruas empunhando cartazes, fazendo intervenções e puxando palavras de ordem e assim, firmando-se como vadias do novo tempo.
Quem imaginaria mesmo no inicio deste ano, que milhares de mulheres no mundo inteiro gostariam de estar sendo chamadas de vadias? Mas como dizia em um dos cartazes: “Se ser vadia é ser livre. Eu sou uma VADIA.”
Mas afinal, quem são elas?
Ao longo da história da humanidade, as mulheres que romperam com o modelo estabelecido por um determinado período foram consideradas vadias. Os diversos grupos estabeleciam a dicotomia VADIA x SANTA, ou AS QUE PRESTAM x AS QUE NÂO PRESTAM.
Qual o local da mulher?
Elas sempre foram educadas para a vida privada, para cuidar do lar, do esposo e dos filhos e qualquer que tentasse fugir a esta regra era logo rotulada de inferior as demais.
O debate feminista é feito a partir de diversos eixos e, durante a marcha era claramente visível. De um lado umas lembravam que temos no maior cargo do país uma mulher, enquanto outras afirmavam que o fato de ser uma presidente, não bastaria para afirmar que obstáculos históricos foram vencidos, ressaltando que os cortes de verbas nas áreas sociais reforçavam a ineficiência do sistema de proteção à mulher, ou que a partir do veto ao kit de combate a homofobia, que poderia garantir uma diminuição do preconceito às mulheres, que já sofrem opressão pela sua condição biologia, agrava-se ainda mais por terem uma orientação lésbica. Entre muitas palavras de ordem, destaco a seguinte: Governo Dilma, ninguém te agüenta. Governo de mulher, que não nos representa.
Hoje, podemos dizer com certeza que vadias são todas aquelas que ousam dizer não para qualquer forma de opressão, que não estão submissas, que vão as ruas lutar por seus direitos e que estão construindo sua própria historia, uma história diferente daquilo que sempre lhe foi imposto.
Por isso proferimos: estamos JUNTOS! Estamos JUNTAS! Sejamos vadias, putas, meretrizes, santas, bichas, indignados, negros e negras. Sejamos livres!"Meu corpo, minhas regras" |
A lutas das mulheres muda o mundo! |
Machismo Mata! |
JUNTAS! |